Os mitos à volta da cozinha, apenas me desafiam a entrar num ambiente que sempre gostei. Comer é um prazer, um acto social. Gosto de experimentar novos sabores e novas formas de cozinhar. Recordo os cheiros e sabores da infância, assim como após as minhas viagens venho para casa tentar reproduzir ou adaptar pratos que provei de outras culturas. Ouse e surpreenda os seus convidados ou a si próprio. Cozinhe,... sem tabus!


segunda-feira, 26 de abril de 2010

Torta de Caju


Esta torta foi uma invenção minha para dar uso a parte de 1 kg de caju que me ofereceram. Pelo que me contaram a embalagem, fechada a vácuo veio directamente da Guiné, da única fábrica que existe na capital e que exporta. O segredo do caju é que o mesmo não estava torrado, nem tinha qualquer adição de sal, vinha virgem. Uns tempos mais tarde comentei com uma colega que conhece bem o fruto mas por via de Moçambique. Ela disse-me que eu não fazia ideia do "tesouro" que tinha na minha dispensa. Aquele quilograma de caju proveniente no seu estado original, segundo ela, é algo raríssimo de encontrar em Portugal. Por essa altura já era tarde pois já lhe tinha dado uso em duas tortas e o resto foi-se comendo como aperitivo.

Do caju, é importante salientar que aquilo que nós conhecemos é a castanha de caju que não é mais do que o pedúnculo floral do pseudofruto. Veja aqui informação sobre o fruto.

Actualmente já consegui descobrir na zona dos frutos secos do Continente caju em cru e sem sal. Segundo a tal minha colega não é a mesma coisa. Mas, à falta de Guineenses simpáticos que tragam directamente do país, estes penso que cumprem a mesma função.

Quanto á receita, servi-me da torta de cenoura e fiz adaptações.

Ingredientes:

250 gr. de batata-doce cozida (se conseguirem as que são cor de laranja por dentro é preferível às roxas)
250 gr. de caju picado até ficar em farinha
400 gr. de açúcar
4 ovos inteiros
4 colheres de sopa de farinha (com fermento)
3/4 de chávena de leite meio gordo
2 colheres de sopa de gila
Fios de ovo q.b.

Preparação:

Comece por cozer previamente a batata-doce com a casca. Já morna, descasque e com um garfo esmague-a. Forre um tabuleiro rectangular com papel vegetal, barre com manteiga e polvilhe com farinha. Com a batedeira misture numa velocidade intermédia os ovos e o açúcar. Adicione entretanto a batata-doce esmagada, continue a bater. Misture a farinha com o caju e em seguida ao preparado anterior. Para controlar a consistência da massa use a porção de leite que poderá ser mais ou menos que os 3/4 de chávena que indiquei. Deve ficar uma massa nem muito grossa nem muito líquida.

Leve a cozer em formo moderado (180º) cerca de 25 minutos, até que comece a tostar ligeiramente. Não a deixe cozer demasiado, pois deve ficar húmida mas cozida.

Sob um pano de cozinha polvilhe de açúcar e desenforme a torta ainda quente. Barre com as duas colheres de gila e espalhe fios de ovos por cima  a gosto. Enrole-a delicadamente com a ajuda do pano e com as mãos vá moldando para lhe dar a forma alisada de uma torta. Role-a na última volta directamente para uma travessa. Por fim decorei com montinhos de fios de ovos sob os quais coloquei cajus.

Fica tipo uma torta de amêndoa mas ao provar percebe-se logo que não é esse o fruto que ali mora. Até fiz uma aposta para quem adivinhasse o ingrediente da torta, como podem imaginar não descobriram! Se perdesse o combinado era fazer outra torta, fiz na mesma e com gosto.

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